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    Na Bíblia, Abigail, a esposa de Nabal, ficou conhecida por causa da sua prudência e também por causa do modo “inesperado” como veio a tornar-se esposa do maior rei de Israel, o rei Davi. Em 1 Samuel 25, encontramos o registro do seu encontro com Davi e como a sua vida mudou para sempre depois disto. Tudo aconteceu depois de grande mal entendido e depois de uma terrível afronta feita por seu esposo ao futuro rei de Israel. Mas com sabedoria e humildade Abigail reverteu a situação e viveu um grande livramento da parte do Senhor e ainda tornou-se modelo de prudência para todas as mulheres.

    Mas não é da Abigail esposa de Davi e mãe de filhos ilustres que eu gostaria de falar. Mas da Abigail que viveu um verdadeiro fracasso no seu primeiro casamento e de como ela conseguiu chegar até o encontro com Davi com a sua fé e suas esperanças resguardadas.

    Primeiro, gostaria de lembrar, que no dia em que no dia do encontro com Davi, Abigail não saiu de casa para encontrar um novo marido. Ela saiu de casa para resolver um tremendo mal entendido que poderia custar a vida de muitas pessoas.       Abigail não agiu para “trocar” de família mas para salvar a família que já tinha. Foi a aflição do seu coração e não a insatisfação com seu casamento que a tirou de casa naquele dia. Se bom ou mau ela tinha um marido e  embora a bíblia não fale, ela poderia até mesmo ter filhos. O que sabemos é que Deus atentou para a aflição do seu coração e naquele dia ela salvou da morte muita gente inclusive seu marido preservando seu casamento. Chega a ser irônico como a vida de um homem louco e insensato como a do Nabal foi preservada não pela força de uma espada mas pela prudência e sensibilidade da sua esposa.

    A maioria de nós veria com pesar o fato de uma mulher tão sensível e prudente ter se casado com um homem louco e arrogante como era o Nabal.  Este sentimento é esperado e natural. Também é razoável cogitar se Abigail teria conhecido alguma alegria no casamento, pois, será que Nabal era diferente em casa do que se mostrava ser fora dela? Difícil acreditar que sim. O fato é que nas poucas palavras de Abigail e na sua atitude reconciliadora conhecemos a fé viva que estava em ação no seu interior e a sua firme esperança que certamente a manteve segura nas tempestades da vida. Para Abigail o Senhor Deus de Israel estava vivo e atuante como também era Senhor da história independente da rudeza do seu marido, da ira funesta de Davi e a da solidão do seu coração.

    Diante de Davi Abigail mostrou que seu coração estava cheio de fé e não de amargura. Lembrou ao futuro rei que a ofensa feita por Natal seria superada mas que o sangue que ele pretendia derramar seria uma mancha permanente na sua história e na sua consciência. Como se isso não bastasse ela se prostrou diante de Davi num gesto de profunda humilhação e reconheceu publicamente o que havia crido com o seu coração. Ela estava diante do futuro rei e ninguém mudaria isso. E assim Davi foi dissuadido da sua vingança.

    Simplesmente lindo! Observe que independente de ser uma mulher feliz ou não, respeitada ou não pelo marido ela salvou a vida do marido e de outras pessoas porque trazia em sua memória mais do que as experiências duras da sua vida. Ela trazia o caminho misterioso de Deus no coração. Em sua memória estavam vivas as profecias que davam conta do reinado de Davi. Era como se dissesse a si própria: “Meu marido foi louco em afrontar o futuro rei! Preciso fazer alguma!” O coração de Abigail poderia estar quebrado pela convivência com o marido mas não cego ou surdo para a voz de Deus.        As agruras vividas no s casamento não foram capazes de ofuscar sua confiança na ação de Deus no meio do seu povo. E ela estava certa. Deus lutava por Davi. Poucos dias depois o próprio Deus vingou Davi e feriu Nabal que acabou morrendo. Após o luto, ela veio a casar-se com Davi e a desfrutou do reino do qual crera desde o princípio. E me pergunto: não seria isto fruto de sua própria fé?

    Resumindo nosso Deus continua vivo e atuante. E todos aqueles que nele confiam deve esperar por seu agir, inclusive as esposas. Ao final, Davi foi consolado da humilhação que sofreu e Abigail colheu os frutos de fé que ela insistiu em plantar em tempos de dor e incompreensão. 

    Quem tem fé, deve plantá-la.

Marcela Souza – Ramá – Pq. Paulista

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